Micro, pequenos e médios empresários do setor têxtil e de vestuário estão investindo em coleções híbridas e tecidos inteligentes. As peças desenvolvidas podem ser usadas tanto nos dias mais frios, com sobreposições, quanto nos dias mais quentes. Essa estratégia tem como objetivo contornar as variações de temperatura causadas pelas mudanças climáticas.

Em São Paulo, a fabricante de moda masculina Oriba possui metade de seu portfólio dedicado a peças permanentes, projetadas para atender às oscilações climáticas ao longo do ano. Desde sua fundação em 2013, a marca produz roupas com tecidos naturais, visando durabilidade e possibilidade de sobreposição.

O fundador da Oriba, Rodrigo Ootani, destaca a importância de oferecer um mix de produtos que atenda os clientes durante todas as estações do ano. Atualmente, a empresa conta com 70 colaboradores e segue a tendência de outras fabricantes que buscam driblar a instabilidade climática.

Outro exemplo dessa abordagem é a marca Mensageiros do Bem, que desde 2020 lança coleções de pijamas outono-inverno híbridas e atemporais. Os modelos atuais incluem calça, blusa ou regata, e, dependendo da temperatura, um casaquinho de manga longa ou quimono. Os tecidos mais quentes, como plush e flanela, foram substituídos por malha de algodão, microfibra, cetim e malha fria. O plush, que antes representava 60% da coleção de inverno, agora corresponde a apenas 20%.