A estiagem deste ano está impactando os rios da Amazônia brasileira, com níveis mais baixos do que em 2023, podendo afetar até 150 mil famílias no Amazonas, de acordo com a Defesa Civil do estado. A estação chuvosa na região vai de dezembro a maio, e a ausência de chuvas a partir de julho leva à redução do nível dos rios, que permanece baixo até setembro.

Um relatório do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) apontou que a maioria das bacias hidrográficas da região está com níveis de água abaixo da média, com exceção das bacias do Rio Branco e do Rio Negro. A preocupação dos cientistas do INPA é a recarga dos rios, que está abaixo da média em comparação com 2023, com alguns rios registrando as menores medições desde 2000.

No ano passado, o estado do Amazonas enfrentou uma seca severa, com o Rio Negro atingindo o menor nível registrado em 120 anos, chegando a 12,7 metros em outubro. O El Niño, que se estendeu até maio deste ano, contribui para o desequilíbrio no regime de chuvas, deixando os cientistas alertas para uma possível seca prolongada. A expectativa é que a La Niña traga chuvas intensas e ajude na recuperação dos rios, mas caso não ocorra, a região norte pode enfrentar mais impactos das secas. A incerteza sobre a ocorrência de um fenômeno recorrente preocupa os especialistas.