Recentemente, o Brasil divulgou dados positivos sobre a redução do desemprego, mas a realidade para mulheres negras e jovens ainda é desafiadora. De acordo com a ONG Ação Educativa, para cada homem branco desempregado, há três mulheres negras na mesma situação.

Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE mostram que, no final de 2023, o Brasil tinha 8,1 milhões de desempregados, representando 7,4% da população em idade ativa.

O relatório "Mude Com Elas", divulgado pela ONG, revela que as jovens mulheres negras, com idade entre 18 e 24 anos, enfrentam uma taxa de desemprego de 18,3%, três vezes maior do que a de homens brancos na mesma faixa etária (5,1%). Além disso, essas mulheres têm menos proteções trabalhistas garantidas pela CLT, com apenas 44% delas tendo carteira assinada, em comparação com mais de 50% dos homens brancos.

Outro desafio é a disparidade salarial, onde as jovens mulheres negras recebem em média 2,7 vezes menos do que os homens brancos. Enquanto o salário médio dos homens brancos é de R$ 4.270, o das mulheres negras é de R$ 1.582, valor até inferior à média nacional de R$ 2.982.

O relatório destaca que, apesar de melhorias nas condições de trabalho desde o início da pandemia, o Brasil ainda precisa implementar políticas públicas que beneficiem as jovens mulheres no mercado de trabalho.